Entre os dias 23
a 25 de outubro, pesquisadores do PhotoGraphein viajaram para participar do I
Seminário Internacional de Investigación em Arte Y Cultura Visual - Dispositivos y Artefactos / Narrativas y
Mediaciones, uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Arte
e Cultura, da Universidade Federal de Goiás, e o Instituto “Escuela Nacional de
Bellas Artes”, da Universidad de La República (Montevideo, Uruguai).
No dia 23, no
Espaço de Arte Contemporâneo, Guilherme Sirtoli e Ítalo Franco, ambos
pesquisadores e bolsistas do Núcleo, apresentaram a pesquisa intitulada “O
Roubo da Mona Lisa: Uma Análise da Imagem na Época de Sua Reprodutibilidade
Digital”, que discorre sobre o processo de espetacularização da sociedade
contemporânea (Debord, 1997), relacionando-o ao crescente processo de
banalização da imagem acentuado pelo advento da fotografia, e a consequente
transformação na relação obra de arte versus espectador. Como mote de reflexões
acerca deste processo, foi utilizada a reação do público frente ao episódio do
roubo da Monalisa (Leader, 2015), ocorrido no Museu do Louvre em Paris em 1911,
ao qual é atribuído o surgimento da popularidade da obra de Leonardo Da Vinci.
A discussão integra as ações do projeto de pesquisa “DO PÍNCEL AO PÍXEL: sobre
as (re)apresentações de sujeitos/mundo em imagens”, desenvolvido no âmbito do
PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq), que
tem como objetivo refletir sobre a fotografia como um recurso de representação
das pessoas e dos seus percursos (auto)biográficos, e, principalmente, de
criação e acumulação de conhecimentos produzidos sobre os sujeitos/fotógrafos e
seus imaginários.
No
mesmo local, no dia 24, a professora Cláudia Brandão mediou a sessão paralela
24, apresentando também resultados de pesquisa desenvolvida a partir de estudos
doutorais. Trata-se do texto “VISUALIDADES IMAGINADAS: TESSITURAS ENTRE FOTO-GRAPHIAS E FORMAÇÃO
DOCENTE”, discutindo sobre a necessidade de docentes em formação compreenderem
as imagens como produtos culturais e, portanto, produtos simbólicos dos
humanos, haja vista a expressiva e complexa gama de significados que as imagens
suscitam na contemporaneidade. Além disso, é preciso considerar que no contexto
imagético contemporâneo a imagem fotográfica assumiu um papel diferenciado em
função de sua larga escala de produção e divulgação. Considerando tal
realidade, o trabalho problematiza a importância
(trans)formadora da fotografia como um texto não-verbal que presentifica memórias e imagens em nós, no entendimento de que
a memória é um reservatório do imaginário humano, como pretende Gilbert Durand.
Nesse sentido, a discussão aborda em especial a foto-graphia, ou seja, um suporte para a (re)apresentação dos
universos simbólicos pessoais dos sujeitos/docentes aprendentes, acadêmicos do
curso de Artes Visuais (Centro de Artes, UFPel), que frutifica de devaneios
poéticos, teorizados por Gaston Bachelard. Os
resultados sugerem que as relações constituídas entre passado e presente
instituem um circuito relacional no qual a ação imaginante da foto-graphia é potencializada,
retroalimentando os processos de autoformação e enriquecendo o capital
experiencial dos acadêmicos.
(Acadêmicos Ítalo Franco e Guilherme Sirtoli)
(Professora Drª Cláudia Mariza Mattos Brandão)
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