Pôster de divulgação da exposição Revisitando Mulheres Imaginadas
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
No dia 18 de agosto, às 16h, no espaço
Mercosul Multicultural da UFPel, antigo prédio da Brahma (Pelotas), foi
apresentada ao público a instalação "Revisitando Mulheres
Imaginadas", que contou com um painel lambe-lambe, com 400 x 90 cm, produzido através de colagem digital de fotografias,
pelos integrantes do PhotoGraphein, Ana Safons, Cláudia Brandão, Dhara
Carrara, Guilherme Farias, Guilherme Sirtoli, Helena Barbieri e Ítalo Franco. A proposta resgata
registros da Performance/Exposição "Mulheres Imaginadas", apresentada no mesmo espaço em dezembro de 2012, na cerimônia
de sua instalação, propondo uma discussão artística acerca de
imaginários que envolvem a figura da mulher em diferentes sociedades e tempos
históricos. Esses registros foram acrescidos de novas produções fotográficas,
que visam atualizar a discussão acerca da mulher na contemporaneidade, na
consideração da atualidade da discussão. Na Galeria Brahma aconteceu uma roda
de conversa com a participação da professora Cláudia Brandão, abordando a
concepção do projeto; Tatiana Brandão, discutindo sobre a obra da artista
estadunidense Cindy Sherman; e Ana Safons, Dhara Carrara, Guilherme Farias,
Guilherme Sirtoli, Helena Barbieri e Ítalo Franco, apresentando as motivações
de suas produções.
Ana Safons apresentou duas fotografias e teve como
objetivo e potencialidade deste processo criativo subverter a narrativa
socialmente estabelecida sobre o corpo da mulher. Foi explorado em suas
produções, práticas corporais e a política contemporânea do corpo para tentar
fazer com que o público reflita sobre os aminhos silenciosos pelos quais o
poder penetra em nossa rotina. Mais do que sobre arte ou sobre teorias
feministas e de gênero, sua imagem é sobre devolver o corpo da mulher a ela
mesma, na sua prática cotidiana. A primeira imagem traz uma mulher negra e
representa seu processo de branqueamento social, o que nos leva a refletir se
essa mulher deve sujeitar-se a esse tipo de aceitação social, se ela precisa
engolir a gosma branca que se prende ao seu corpo, com tantos significados.
A segunda imagem, onde representa uma mulher
despida, plastificada, remodelada, traz a proposta de reflexão sobre a mulher
mercadoria, que é oferecida ao mercado como objeto de consumo, que assim como a
mulher negra, se objetifica ao procurar seduzir o outro através de fetiches do
salto agulha, do sapato vermelho e a boca delineada com batom. Partindo do
entendimento de que “O corpo é a casa que habitamos – e que escolhemos para
viver”, a artista busca provocar uma insurreição a ideia de que o corpo ainda
tem que se virar para seguir padrões impostos pela mídia e pela sociedade, onde
esta procura a cada década remodelá-lo.
A artista visual Dhara Carrara expôs uma fotografia de
uma mulher trans cobrindo os olhos. Esta imagem faz parte da série fotográfica
Visivelmente Invisível que é composta por 79 fotos de diferentes mulheres da
contemporaneidade. A imagem apresenta uma discussão sobre a diversidade e a
invisibilidade da mulher na contemporaneidade e problematiza como tipo físico,
orientação sexual, etnia e gênero são fatores utilizados como justificativa
para um tratamento desigual, machista, estereotipado e ainda muito presente na
atualidade, na mídia e na própria sociedade.
Guilherme Farias retrata produtos de consumo
comercializados dentro da nossa sociedade que em suas embalagens e propagandas
utilizam a imagem da mulher como um objeto de desejo para observador, o que
torna de maneira negativa mulher e produto serem mesma coisa. Esta obra tem
como objetivo tornar explícito o modo que são expostas relacionadas a
embalagens como: Safadona. Entre outras que definem um padrão de beleza e o
posicionamento da figura feminina na sociedade.
O pesquisador Guilherme Sirtoli através de sua
colaboração dentro da proposta, utilizou uma imagem que representa o anonimato
da mulher dentro da sociedade e a consequente invisibilidade que a a mesma
acaba sofrendo pela mídia. A imagem também conversa com o medo urbano de uma
mulher andar sozinha pelas ruas, que é discutido cada vez mais na
contemporaneidade.
Helena Barbieri traz a temática das preocupações
atuais: A exposição ou superexposição das mulheres. A questão discutida é o
julgamento a respeito do nu feminino quando usado para empoderamento de si
mesma. Espera-se que as mulheres exponham a si e seus corpos e quando isso é
feito por vontade própria é mal visto. Há uma naturalização do nu feminino com
as redes cosias, quando sem o consentimento da mulher exposta, quando
"vazado".
A imagem retrata a "Monalisa do séc. XXI"
por representar o modo como devemos enxergar as mulheres: Livres e donas de
seus corpo, fumando por que querem sem se importar que isso não seja
"coisa de menina"
Ítalo Franco utilizou a Barbie que serve para trazer
a reflexão do corpo ideal da mulher e os padrões de beleza. Ao ficar em um
tamanho próximo das outras mulheres imaginadas no painel, podemos notar como as
formas da boneca são desproporcionais ao corpo humano e, como o corpo magro e a
pele clara ainda reforça o preconceito. Visto que as bonecas negras da franquia
Barbie estão em números bem menores e são bem menos populares.
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
Painel lambe-lambe da exposição Revisitando Mulheres Imaginadas
Crédito da imagem: Cláudia Brandão
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