segunda-feira, 23 de outubro de 2017

PHOTOGRAPHEIN NO I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE INVESTIGAÇÃO EM ARTE E CULTURA VISUAL, EM MONTEVIDÉU



Entre os dias 23 a 25 de outubro, pesquisadores do PhotoGraphein viajaram para participar do I Seminário Internacional de Investigación em Arte Y Cultura Visual - Dispositivos y Artefactos / Narrativas y Mediaciones, uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura, da Universidade Federal de Goiás, e o Instituto “Escuela Nacional de Bellas Artes”, da Universidad de La República (Montevideo, Uruguai).
No dia 23, no Espaço de Arte Contemporâneo, Guilherme Sirtoli e Ítalo Franco, ambos pesquisadores e bolsistas do Núcleo, apresentaram a pesquisa intitulada “O Roubo da Mona Lisa: Uma Análise da Imagem na Época de Sua Reprodutibilidade Digital”, que discorre sobre o processo de espetacularização da sociedade contemporânea (Debord, 1997), relacionando-o ao crescente processo de banalização da imagem acentuado pelo advento da fotografia, e a consequente transformação na relação obra de arte versus espectador. Como mote de reflexões acerca deste processo, foi utilizada a reação do público frente ao episódio do roubo da Monalisa (Leader, 2015), ocorrido no Museu do Louvre em Paris em 1911, ao qual é atribuído o surgimento da popularidade da obra de Leonardo Da Vinci. A discussão integra as ações do projeto de pesquisa “DO PÍNCEL AO PÍXEL: sobre as (re)apresentações de sujeitos/mundo em imagens”, desenvolvido no âmbito do PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq), que tem como objetivo refletir sobre a fotografia como um recurso de representação das pessoas e dos seus percursos (auto)biográficos, e, principalmente, de criação e acumulação de conhecimentos produzidos sobre os sujeitos/fotógrafos e seus imaginários.
No mesmo local, no dia 24, a professora Cláudia Brandão mediou a sessão paralela 24, apresentando também resultados de pesquisa desenvolvida a partir de estudos doutorais. Trata-se do texto “VISUALIDADES IMAGINADAS: TESSITURAS ENTRE FOTO-GRAPHIAS E FORMAÇÃO DOCENTE”, discutindo sobre a necessidade de docentes em formação compreenderem as imagens como produtos culturais e, portanto, produtos simbólicos dos humanos, haja vista a expressiva e complexa gama de significados que as imagens suscitam na contemporaneidade. Além disso, é preciso considerar que no contexto imagético contemporâneo a imagem fotográfica assumiu um papel diferenciado em função de sua larga escala de produção e divulgação. Considerando tal realidade, o trabalho problematiza a importância (trans)formadora da fotografia como um texto não-verbal que presentifica memórias e imagens em nós, no entendimento de que a memória é um reservatório do imaginário humano, como pretende Gilbert Durand. Nesse sentido, a discussão aborda em especial a foto-graphia, ou seja, um suporte para a (re)apresentação dos universos simbólicos pessoais dos sujeitos/docentes aprendentes, acadêmicos do curso de Artes Visuais (Centro de Artes, UFPel), que frutifica de devaneios poéticos, teorizados por Gaston Bachelard. Os resultados sugerem que as relações constituídas entre passado e presente instituem um circuito relacional no qual a ação imaginante da foto-graphia é potencializada, retroalimentando os processos de autoformação e enriquecendo o capital experiencial dos acadêmicos.

 (Acadêmicos Ítalo Franco e Guilherme Sirtoli)

(Professora Drª Cláudia Mariza Mattos Brandão)

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