terça-feira, 8 de setembro de 2015

Experienciando o espaço público

A Fototeca Municipal de Rio Grande repetiu o convite, feito ano

passado, ao PhotoGraphein para participar da 2ª Jornada de Fotografia –

"Fotografia: revelações de uma educação visual”, com a nossa

Carto/Foto/Graphias. Na 1ª Jornada de Fotografia, (agosto de 2014), que

coincidiu com minha entrada no grupo, optamos por elaborar uma atividade

na Praça Xavier Ferreira, localizada em frente ao prédio da Prefeitura

Municipal, local onde se localiza também a Fototeca. A escolha se deu,

principalmente, por questões ligadas a memórias da Cláudia, familiaridades

com o espaço da praça, além de ser em frente do local do evento, facilitando

o deslocamento. Neste segundo ano sugeri que trabalhássemos no espaço

da Praça Tamandaré, visto que estou envolvido desde final do ano passado

com o Projeto se Salvamento Arqueológico da mesma. A convivência com o

espaço, seus territórios, seus usuários, propiciam a cada dia novas

reelaborações do uso deste traçado no centro da cidade. Revendo

bibliografias, sites, fotos, encontrei inclusive outras nomenclaturas, como a

registrada por Auguste de Saint-Hilaire – Geribanda, em 1822, e outra mais

atual, no geo-referenciamento utilizado pela Apple que chama o espaço de

Parque Tamandaré. Estas “novas” nomenclaturas somadas às memórias

compartilhadas deram origem a problemática em que me encontro. Conversei

sobre estas inquietações com o Grupo e organizamos a versão 2015 da

nossa Carto/Foto/Graphias. A Tamandaré, diferente da Xavier, ocupa uma

maior área física na carta da cidade e contém outras formas físicas em seu

interior. Dentro dessa “fisicidade” a questão do público e do privado é

gritante. Disputas de poder estão em jogo diariamente no seu convívio, e na

maioria das vezes invisíveis. Estas questões foram agregadas as questões

inerentes ao exercício fotográfico que é o do simbolismo representado pela e

na imagem, por exemplo.

Imersos nesse novo panorama teórico fomos, eu, Cláudia Brandão,

Amanda Corrêa, Gustavo Reginato, Ítalo Franco e Xênia Velloso,

acompanhados dos participantes da atividade, à rua cartofotographar. O

resultado são imagens produzidas a partir da sensibilidade que cada um teve

com o espaço sugerido, levando em conta depois estas novas

reconfigurações do mundo sensível que nos olha e que olhamos.

Texto e fotos: Rodrigo de Assis

    compromisso com a memória

    Jogadores de damas disputando território com escavações

    campo de golf